Top 10 – Os melhores álbuns da minha vida

melhores álbuns de sempre top 10

Gosto de música desde que me lembro de ser gente. Lamentavelmente, não toco nenhum instrumento musical. Talvez venha a aprender, um dia. A minha voz também não é linda de se ouvir, mas gosto de cantarolar. O meu repertório é eclético e, quando gosto de uma canção, oiço-a exaustivamente numa tentativa de desembaraçar todos os elementos que a compõem.

Não costumo trazer os temas musicais aqui para o blog, mas talvez devesse. É que aprecio a troca de cromos e o que é bom merece ser partilhado.

Num destes dias, pus-me a pensar neste cenário hipotético: se eu tivesse de escolher só 10 álbuns para ouvir para sempre, quais seriam? O shuffle do meu Spotify é uma mixórdia que habitualmente me leva a pensar que é difícil restringir a escolha. Surpreendentemente, foi muito fácil e rápido eleger 10 álbuns que para mim estão ao nível das obras de arte e que me imagino a ouvir em loop até ser bem velhota. E o que eu gostava de lá chegar, bem, de boa saúde!

Sem uma ordem específica (senão aquela com que a minha mente projectou os nomes para o papel), segue o meu top 10.

Os 10 álbuns da minha vida

Reflections – Apocalyptica

Começamos com chave de ouro. Se tivesse de escolher uma banda favorita, seriam os Apocalyptica. Posto isto, o Reflections é o melhor álbum de sempre e quanto a esta parte, para mim, não há discussão. O álbum conta uma história e é dos exemplos mais evidentes de que a ordem das músicas importa. O álbum acompanha o meu livro favorito, Crime e Castigo do Dostoievsky. Não o sabia, desde logo, mas ao que parece existiu mesmo esta intenção por parte da banda. Genial!

É o quarto álbum destes meninos finlandeses, data de 2003 e é o primeiro que lançaram sem qualquer cover de Metallica. Se, por um lado, foi lançado sem voz, existe uma edição especial com algumas versões cantadas das músicas, incluindo a cover divina da Seemann dos Rammstein, cantada pela fantástica Nina Hagen.

October Rust – Type O Negative

O álbum foi lançado quando eu era pequenina, em 1996, e só me lembro de ter descoberto a banda quando já era crescida. Na verdade, só comecei a prestar atenção quando o grande Peter Steele já não estava entre nós. Pode não parecer, mas identifico-me muito com a aura melancólica e sombria dos TON.

Este álbum, pesadote em todos os sentidos, é uma delícia. Diria que é dos mais fáceis da banda para ouvir no que toca à melodia. O que tem de obscuro, tem de quente, se é que me faço entender. Gótico e romântico vão de mão dada e… Olhem, temos álbum para ouvir no carro e para ouvir no quarto.

Infinite – Stratovarius

Stratovarius é muita coisa. Muita coisa pode ser muito chato (eu sei, soa estranho quando estou a partilhar uma playlist que inclui um monte de músicas muito longas). Não neste álbum! Este é mesmo um dos CDs da vida e tenho memórias da época em que saiu. Sim, quando os meus pais só me compravam CDs da Britney!

É muito melódico, muito bom de ouvir (e um dos meus favoritos para trabalhar, consigo ter total foco com estas melodias) e com letras complexas, profundas que nos fazem pensar muito. Dou por mim a suspirar e com muitos arrepios quando oiço canções como a Mother Gaia.

Mutter – Rammstein

Em bom rigor, metia os álbuns (quase) todos dos Rammstein no mesmo saco e não se falava mais no assunto. Como não pode ser, escolhi aquele que me parece mais espectacular e marcante.

Eu cá não sou perita no assunto, mas este é outro dos álbuns que me lembro de ver nascer quando ainda era miúda e diria que é o cartão de visita da banda à séria. Toda a gente (toda, mesmo toda!) conhece 2 ou 3 músicas deste álbum de género tão único. Não falo alemão, mas leio as traduções e a melodia também conta. É preciso entender que este álbum (Rammstein no geral, vá) é poesia bem sonorizada. Mais vos digo: voltem eles a Portugal, que vou lá estar batida novamente no concerto. Com a minha Teresa, que as bandas boas já vão rareando e há que aproveitar para mostrá-las à criança.

Born to Die – Lana Del Rey

Ai achavam que só tínhamos por aqui metal e afins, a esta altura? Ah. Ahah. Então: importa dizer que o spam quando este álbum saiu foi tão grande, que eu o desdenhei por uns bons 2 anos. Juro. Depois, deixei-me de tretas e passei a ser um bocadinho groupie da Lana.

O que interessa é que é um pop bonito, as letras são muito Lolita (e eu já tenho 34 anos, reparem) mas o conjunto é todo ele fofo em bom. Gosto da pinta de antigo, retro, vintage, hollywoodesca dos meados do século XX e da melancolia que pinga um pouco por todas as faixas. É sensual, é leve, é fácil de ouvir e é gostoso.

10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte – José Cid

Que. Obra. De. Arte. Temos coisas muito boas no nosso país e não lhes damos o devido valor. Eu não dei, por muito tempo. Sei lá por quê, o Spotify também não coopera. Já o autor da obra, meus senhores, faço vénias.

Este álbum é de 1978, é português e encosta muitas obras de prog rock a um canto. Temos uma história que é contada ao longo das várias músicas e que nos faz pensar muito. No conteúdo das letras e no detalhe da melodia. Sabem o que é surpreendente? Bom, foi um dos pontos altos do meu 2024, ver um concerto do José Cid praticamente à porta de casa. E ele, do alto dos seus 82 anos, deu palco à música com o nome do álbum. Digo-vos eu, que senti a cena sobrenatural, os arrepios, o choro, tudo. Foi lindo! Que grande José Cid.

200Km/H in the Wrong Lane – t.A.T.u.

Esqueçam as polémicas com a parelha, foquem-se no som. Corria o ano de 2002 e, para mim, este foi o melhor álbum pop dessa época, sem nada que se compare nos entretantos. Pop eletrónico, letras que ficam na cabeça, fresquinho no som – não fossem as meninas russas.

Este álbum toca muito no meu carro, sendo também apreciado pela Teresa, que diz que as cantoras parecem Pikachus fofos em fúria. Digo eu, que aprecio, este é um bom álbum também para ouvir no martírio do ginásio. Experimentem!

Pure Heroine – Lorde

A Lorde tinha 15 anos quando lançou este álbum, senhores! As letras são muito maduras e das que fazem pensar, como gosto. A melodia não nos traz nada de extraordinário, mas o que não faz ruído também não atrapalha e este é um ajuntamento de músicas bom de ouvir em qualquer contexto.

Não me recordo de ter ouvido os CDs que se seguiram, mas o Pure Heroine é pura arte.

Dark Passion Play – Nightwish

Lá vem controvérsia. Então: eu sou da velha guarda, que cresceu a ouvir Nightwish com a Tarja Turunen e era muito feliz. O mundo ficou aborrecido quando, basicamente, a despejaram da banda. Nós, os fãs, ficámos com um certo ranço quando este álbum saiu, o primeiro com a vocalista Anette Olzon. Os estilos de cantar são muito diferentes. Comprei uma embirração de anos, mesmo quando secretamente ouvia o álbum de fio a pavio.

Este é mais um álbum com letras gigantes, poesia e muitas histórias contadas entre letras e melodias. É muito bom de se ouvir, fantasioso. Como diz a Teresa, é Disney metal, sabem? Sinfónico, melódico com voz de princesa. Hoje em dia simpatizo muito com a Anette, que é enfermeira, tem os seus projectos musicais mas também já não é vocalista dos Nightwish. Diz que agora é uma tal Floor, novo ranço.

AM – Arctic Monkeys

A culpa é do meu marido. Nunca fui fã dos Arctic Monkeys e não acho que o Alex Turner seja o maior, como tanta gente o pinta. Se virmos bem, a maior parte das boas músicas dos Arctic Monkeys até são covers. Então, qual é a cena? É que, quando damos por nós, estamos a ouvir as faixas do AM em loop e a bater o pezinho. Até no cycling ja ouvi a Do I Wanna Know.

Este álbum lembra-me muito os tempos de namoro. Não suportava tudo o que era banda de garagem a tocar os grandes hits do AM, mas guardei memórias muito queridas de tanto que os ouvi ao lado do Luís.

E, agora, vocês perguntam: esta é a música que ouves com mais frequência? Oiço muito mais artistas e músicas pelo meio. Podem meter aqui pelo meio o Julio Iglesias, a Lady Gaga, a PJ Harvey. Quiçá a Britney? Este resumo compacta os álbuns que, para mim, no conjunto das músicas, são os que mais gosto de ouvir de uma ponta à outra sem precisar de saltar nenhuma parte.

E, lembrem-se: somos pessoas compostas por várias características, interesses e gostos.

Lá porque a escrita aqui é rosa, o gosto musical não tem de o ser!



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