Blogs em Portugal

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Marilyn Monroe e felino. Imagem de origem desconhecida.

O seguinte texto foi transcrito do blog Mantinha de Retalhos, que vos aconselho a ver caso ainda não conheçam.

Ora, eu não podia estar mais de acordo com o que ela escreveu. Se fosse escrito por mim, talvez o título fosse “O ciclo de vida de um blog de gaja em Portugal”, assim mesmo.

Haja coragem! Por vezes, é mesmo isto que se passa.

O ciclo da vida de um blog de beleza em Portugal

Pensei muito antes de fazer este post. A sério que pensei. Cheguei a deixá-lo vezes sem conta em rascunho, mas achei que, do alto dos meus 38,4º C de febre que era a altura ideal. Não só por estar febril o suficiente para não me importar com o “sururu” que isto vai causar, como também muita gente me há de desculpar as barbaridades que aqui vou escrever com o meu estado febril.
A verdade é que, apesar de só há um ano andar oficialmente embrenhada na “blogueirice”, já há mais tempo que leio e comento blogs.
E quem já acha que o universo blogger é dramático o suficiente por fora, nem sabe o que vai cá dentro.
Apanha-se de tudo: A maioria dos que debutam agora, ainda nem meia dúzia de posts têm e já estão a decorrer 3 sorteios no blog que estreou há 2 dias atrás. Junto com isto, umas parcerias com tudo quanto é marca que dê freebies e um ódio de estimação a uma outra blogger do mesmo ramo, que ferva em pouca água e que tenha mais seguidoras que a própria (para irem depois fazer queixinhas e aumentarem as views do blog).
Como a maioria das pessoas o que gosta é de coisas de graça (mesmo que seja maquilhagem usada, roupa interior, amostras de lubrificante íntimo… who cares? É de borla!), vai aderindo e partilhando o blog.
E depois o blog cresce. E as petizes vão a eventos, sempre tão carregadinhas de acessórios made-in-ebay como de “tricas e cusquices” para terem com que passar tempo e tema de conversa com as amigas (se for sobre a tal arqui-inimiga blogger, melhor ainda).  Ou optam por passar o evento todo a dar conversa ao representante da marca para, no fim, do evento, pedincharem mais uns artigos de borla. Ah, as glórias da vida!
Se o evento for aberto à plebe, melhor ainda!  Vem o namorado, o tio, a sogra e o piriquito, que é para receber ainda mais artigos para vender na lojinha do facebook (Sim, porque “ninguém vive do ar”!).
E, como qualquer blogger que se preze, uma vez que recebeu tanta coisinha boa de graça, tem de fazer post sobre o lançamento do produto!
… Mas obviamente que, como escrever dá muito trabalho, (e quanto mais se escreve maior é a possibilidade de aparecerem erros ortográficos a pontapé), o melhor mesmo é ir ao site da marca e copiar-colar a informação que eles lá têm do produto. E, para terminar o post, vem uma foto do buffet a acompanhar. Nunca esquecer de adicionar as frases (gostei muito, obrigada! Adorei, são a minha marca favorita!) e escarrapachar o link no facebook da marca, em jeito de esforço cumprido, para a marca as convidar da próxima vez.
Nota importante: Evitar informar a leitora o mínimo possível sobre detalhes do produto do evento! Nada de data de lançamento ao público, preços ou o que quer que seja! (para quê preços, o produto foi de borla, né?). Esta falta de dados é essencial para aguçar a curiosidade da leitora e sempre se tem uns 6 comentários extra de gente a perguntar  detalhes sobre o produto.

Obviamente que depois “escarrapacha-se” como resposta (quando se responde! Porque responder às leitoras às vezes dá muito trabalho) o link do site da marca, juntamente com um desabafo sobre o facto das leitoras não saberem usar o google e “ai-senhores-que-esta-gente-quer-a-papinha-toda-feita-e-eu-tenho-mais-que-fazer”. Se as leitoras começarem a desinteressar-se e a deixar de seguir e comentar… apimentar o blog com mais um sorteio. E repetir ad infinitum.

Obviamente que ainda existem os blogues da velha guarda, com posts como deve ser e esses terão sempre a minha visita semanal/diária, porque nota-se que são feitos por gente que está interessada é em transmitir informação às leitoras e não em receber tralhinhas. Esses, não vale a pena dizer nomes, são conhecidos e aplaudidos por uma data de pessoas. E, graças a Deus, com um bocadinho de esforço de andarmos a procurar no meio da terra, ainda se encontra um ou outro diamante em bruto dos novinhos (mas que, infelizmente, como não há muita gente que os valorize, acabam por caír no esquecimento). Valorizem o que é bom e não o que é fácil.

Nota: Foi feita uma compilação de várias situações com que me deparei nestes últimos tempos e que achei gritantes. Se por alguma razão se identifica com alguma destas situações, há duas opções: ou reclama publicamente e toda a gente fica a saber que já teve este tipo de atitudes, ou muda a atitude e tenta agir de maneira melhor da próxima vez. Também há a opção de não mudar ou fazer pior, mas convenhamos que não me apetecia escrever uma parte 2 disto. 

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