Os 28 são os novos 18.
Sinto-me assim, crescida, responsável, a carregar o mundo ao colo. Sinto que, nos últimos 2 ou 3 anos, a minha vida deu uma volta tão grande e assumi tantas responsabilidades que nem pareço a mesma pessoa.
Eu, que era a menina dos papás, ganhei autonomia e independência da noite para o dia. Emancipei-me, com tudo o que estes termos têm de direitos – e deveres. Creio que até no cabelo se nota, que começam a aparecer os primeiros fios brancos!
Eu, que era uma miúda resmungona e má língua… Bom, não há milagres, mas afirmo com segurança que estou mais comedida, compreensiva e tolerante.
Perante os outros da minha geração, parece que já vou mais à frente no caminho. Mais cansada, mais envelhecida, mas também mais organizada. Seja lá isso o que for! Vendo bem, porém, não tenho mais do que a geração dos pais tinha… No início da idade adulta.
Hoje em dia, tudo se adia. A favor dos estudos, a favor das carreiras, a favor do egoísmo.
Queremos melhores empregos, queremos mais viagens, mais festas, mais tudo. Esquecemo-nos de que há outras coisas que talvez não devam ser adiadas.
Por vezes, a vida traz-nos surpresas e faz-nos repensar tudo e actuar ao contrário de tudo aquilo em que pensávamos e acreditávamos. Não é algo mau, embora nem tudo seja simples de compreender ou aceitar. É preciso paciência, criatividade e muita força.
Cada um tem o que tem, e eu estou feliz com o que tenho. Se é a melhor fase da minha vida? Se me sinto feliz permanentemente? Não. Crescer vem com pesos, por vezes com dores, por vezes com lutas.
Sei que sou uma pessoa saudosista e com tendências lamurientas, embora tenha investido em melhorar estes meus defeitos. Não deixo de chegar aos 28 anos algo apreensiva com tudo o que se tem passado comigo e à minha volta.
Vinte e oito. São quase trinta! Vinte e oito. Ainda falta tanto para os cem!
Certo é isto: hei-de continuar por cá, a fazer frente a tudo e a todos, e a trilhar o meu caminho. Hei-de continuar a parecer uma miúda pequena de vestidos bonitos e nariz empinado.
Eu, de mãos dadas com os meus. A caminho dos 28.