Estou longe de ser a pessoa mais fundamentalista com a alimentação da minha filha.
Tal como tudo na vida, o equilíbrio é um bom princípio. Ainda assim, preocupo-me muito com a saúde dela e sei que é importante ter cuidado com o que lhe ponho no prato.
Mantivemos o aleitamento materno exclusivo até aos 4 meses.
Depois disso, apesar de não ter sido muito rígida, fui introduzindo a sopa e a fruta no regime alimentar da Teresa.
Poderia (e deveria, talvez) ter mantido a amamentação exclusiva até aos 6 meses, mas angustiava-me ver a pequenina toda interessada em ver-nos comer e ficar triste por não poder comer nada.
Parecia que queria saltar da cadeira e fazia (e faz, ainda faz…) caretas quando via talheres ou copos a passar à frente dela.
Sem stress nenhum, decidimos avançar com a introdução dos alimentos e foi um sucesso.
Adora tudo o que lhe damos. Como sempre teve uma óptima progressão de peso, ainda não lhe dei a conhecer as papas. Achei que não faria sentido algum introduzir farinhas tão cedo.
Porém, com o aproximar dos 6 meses, planeio dar-lhe mais alimentos novos e, finalmente, experimentar as papas. Preferencialmente feitas em casa!
Repito, não sou fundamentalista com a alimentação da Teresa. Sei bem que, fora de casa, pode ser necessário recorrer a um desses malfadados produtos de compra, pré feitos. Não estou assustada com essa parte e eu própria faço questão que ela coma de tudo.
O problema para mim é que, segundo a indústria alimentar, o que deveria ser uma excepção transformou-se na regra.
Na consulta dos 4 meses, quando discuti a introdução dos alimentos com a enfermeira que nos acompanha, foi-me dito que poderia apostar em papas de compra adequadas à idade da bebé. Infelizmente, pasmem-se, também se fala assim nas escolas.
Ora bolas, poder até posso!
Mas quem é que, no seu perfeito juízo e preocupação, sabendo ler um rótulo e interpretar a informação que tem à sua frente vai encharcar um bebé com açúcar e óleos da treta sem que haja um bom motivo (não vejo motivos, mas…)? Eu não!
É mesmo uma questão de desinformação, porque nem o argumento da disponibilidade económica é válido – sai muito mais barato comprar os ingredientes e fazer as papas em casa, como deve ser.
Ainda não sei bem para onde me virar, mas o que não falta actualmente (porque é um assunto cada vez mais debatido, felizmente) são manuais e sítios com receitas para bebés.
Fica no ar a questão: como se admite às marcas que, em pleno século XXI e após décadas de lutas neste domínio, continuem a lucrar com a disseminação de informações erróneas e produtos que não fazem, de todo, bem à saúde dos nossos bebés?
Eles adoram-nas, sem dúvida, são tão doces! Raríssimas são as marcas no mercado que disponibilizam papas com uma constituição minimamente decente.
E olhem que vos escreve uma pessoa que adora toda a espécie de papas doces…
Eu, por acaso sou (ou era) um bocado fundamentalista com a alimentação, principalmente com os açúcares. Mas estou a ver que também era desinformada porque não fazia ideia do que era palma. Já estive a ver nas coisas que tenho em casa e encontro os ingredientes que sublinhaste em bolachas de criança que tenho aqui. 🙁
Vou começar a fazer papas caseiras para a Maria, de 6 meses. A Lara, de quase 3 anos, só come papas de aveia sem açúcar por isso, faz sentido, que a bebé também coma papas mais saudáveis.
A Lara, consegui (julgo eu) que não comesse doces até aos 2 anos, mas foi uma grande luta. Agora come de vez em quando bolos caseiros ou gelados (nada de rebuçados, gomas e bolachas com recheio de chocolate) mas nem sequer faz questão.
Eu também quero ver se aguento a Teresa sem (muitos) doces até aos 2 anos. Comigo foi assim e lembro-me que em miúda não lhes ligava muito e ainda hoje não meto açúcar em quase nada, apesar de ter desenvolvido o apetite por alguns doces.
Também tenho percebido que os rótulos de tudo o que é comida para bebés já pronta é pavoroso. E a quantidade de coisas que chegam a estar indicadas como adequadas a partir dos 6 meses mas, vendo bem nas letras pequenas ou sites das marcas, dizem que não recomendam antes dos 3 anos?
São estas mesmas marcas que nos enviam newsletters sobre alimentação, onde nos dizem que não devemos dar aos nossos filhos alguns alimentos simples tão cedo, mas que querem encharcá-los de açúcar. Nem pensar!
E ainda no capítulo da introdução dos alimentos: ainda não experimentei fazer papa, mas não me pareceu assim tãooo agressivo deixar a Teresa comer o caldo da sopa de feijão, agarrar e saborear pão, esparguete e requeijão. Acabou por não comer quase nada, apesar de ter saboreado e gostado. Aconteceu este fim-de-semana e entrou em delírio. Fiquei ainda mais reticente com as papas, fiquei com a ideia de que, à excepção da sopa, talvez não seja má ideia optar pelo BLW com esta menina.
O Matias começou a comer papas aos cinco meses e sempre fiz em casa. Uso 120g de farinhas (trigo, aveia, milho, centeio, quinoa, espelta, côco, por aí fora) para 600ml de água e faço quatro papas. Desde os seis meses juntamos também fruta e uso menos água (uns 400ml, depende da fruta). Fazemos papa de tudo. Papa de uva, de manga com banana, de ananás, de maçã, de laranja e côco… Ele adora. Nunca comeu uma papa de compra 🙂
Eu sei, eu vou acompanhando os posts e acabei de constatar que tenho uma pasta cheia de posts marcados. E é sempre uma alegria saber coisas do Matias e pensar que em breve é a Teresa quem faz coisas semelhantes, novas 😀 Obrigada pelas dicas! Beijinhos