DIU Mirena – A minha experiência

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Imagem por Sarah Mirk

Alerta too much info: o post de hoje é sobre o SIU Mirena, um método contraceptivo dos muitos que estão disponíveis nos dias que correm.

É um assunto pessoal e delicado, mas é válido e pode ajudar outras pessoas.

Ter um blog também serve para isto: partilhar experiências, ajudar e ter-se ajuda.

Depois de a Teresa nascer, ficou decidido que só daqui a uns anos é que pensaremos em ter mais filhos e, portanto, foi necessário pensar na contracepção.

No imediato, por indicação médica, iniciei a toma de uma pílula de amamentação e tudo correu bem. Bom, dentro do que foi possível averiguar. Afinal, que mulher é que voltou à normalidade nos primeiros meses após o parto?

A minha experiência com pílulas não é a melhor e estava completamente fora de questão depender da fiabilidade delas por si só.

Pesei uma série de prós e contras, e com o aval dos profissionais de saúde que me acompanham, decidi que colocaria um Mirena. Não há desconfortos, é praticamente infalível, a maior parte das mulheres deixam de menstruar, teoricamente são só coisas boas.

É um dispositivo intra-uterino que liberta uma hormona semelhante à das pílulas de amamentação, estava a correr tudo bem, pelo que pareceu uma decisão acertada para quem não planeava ter filhos num futuro assim tão próximo.

Existem alguns efeitos secundários possíveis, mas a possibilidade de acontecerem é, em teoria, menor que a hipótese de correr tudo bem.

Em Outubro de 2016, lá se concretizou a decisão.

Não custou muito: foi um pouco desconfortável, mas não houve dores associadas à colocação do SIU nem grande hemorragia nas horas seguintes. Segundo ecografias posteriores, ficou e manteve-se bem colocado.

O ano que se seguiu, porém, trouxe uma série de dissabores.

  • Começo por destacar o humor depressivo injustificável de outra forma. É chorar sem motivo. Muita ansiedade que antes não existia. Terrível.
  • Sentir que o Mirena está lá no sítio dele. Sim, nessas situações mais inconvenientes, mas no resto do tempo também. Tossi? Doeu a barriga.
  • Cólicas menstruais. Antes não as tinha.
  • Mas, ei, não era suposto não menstruar? Era, mas aqui menstruou-se. E em muito maior abundância do que antes.
  • Surgiram quistos nos ovários, coisa “normal”, mas que me trouxe muito desconforto.
  • Também tive dores lombares terríveis que surgiam por estar, simplesmente, 5 minutos de pé. Hoje em dia sei que também se deviam ao Mirena.

No início, temos que dar o desconto à coisa porque bem sabemos que o nosso organismo pode demorar a adaptar-se, especialmente quando há assuntos de gravidez, parto e amamentação à mistura.

Mas, minhas amigas, mais que um ano nesta ladainha? É tortura! Assobiar para o lado e fazer que é normal ter dores, que é normal estar de mal com a vida, que é normal sentir algo desconfortável em momentos que deveriam proporcionar prazer… Não é normal.

Já não amamento sensivelmente desde o aniversário da Teresa. O meu corpo já voltou ao que era antes de engravidar há muito tempo. Dei tempo. Nada mudou.

Na minha última consulta médica a propósito deste assunto, fiz questão de deixar firme a minha decisão de dizer adeus a este instrumento de tortura. Com alguma hesitação (“olhe que os sintomas que descreve podem não ter nada a ver com o Mirena!”), lá foi satisfeita a minha vontade.

Sabem que mais? Desde então, estou fresca e fofa.

Todas as chatices que descrevi desapareceram quase instantaneamente.

Há mais de um ano que tinha uma moinha constante ao fundo das costas, que muito facilmente se transformava em dor ao menor esforço. Pensei que se devesse às alterações do corpo associadas à gravidez e pós-parto. Até isso estava a ser provocado pelo dispositivo!

Há muitas mulheres que utilizam o Mirena (ou outros SIUs) há anos e que se dão lindamente. Isso é maravilhoso!

Todavia, não dá para ignorar o lado mau quando ele existe. Se for o vosso caso, não estão sozinhas. Não estamos sozinhas.

E é um problema de simples resolução: fala-se com o médico, retira-se o engenho diabólico e fica tudo normal e na boa das boas. É importante dizer que, sim, por vezes leva algum tempo adaptarmo-nos a algumas mudanças, mas se não vemos melhorias não é bom nem normal viver com incómodos destes.

Manifestem a vossa vontade e não tenham medo nem vergonha de insistir se for necessário. Sem chatices, sem stress. Sobre o nosso corpo, prevalece a nossa vontade!

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13 thoughts on “DIU Mirena – A minha experiência”

  • Eu tenho o Jaydesse e, após o período de adaptação, corre tudo bem (umas ligeiras borbulhas nas costas e tpm forte). O meu OB pôs logo de parte o mirena, disse ser demasiado forte, em termos hormonais, para a minha idade e que não se justificava. Estou satisfeita com o siu. beijinho

  • Tive uma experiência semelhante. Depois de muitos anos com a “Diane” resolvi não tomar mais nada e usar o preservativo. Nem se compara a forma como me sinto.

  • Deste assunto de contraceptivos estou eu cansada…nunca experimentei o mirena, mas nem estou curiosa…os métodos hormonais provocam-me alterações muito más mesmo. Usei a Diane durante uns anos por causa das borbulhas, menstruação abundante e muitas dores menstruais. Resultado? Dores de cabeça terríveis, cansaço, pernas inchadas, derrames…tudo coisas “boas”! O médico trocou para a microgynon…até correu bem, deixei de tomar para ter o meu filho. Após o nascimento dele, como não amamentei voltei à mesma. Foi terrível durante quase 2 anos! Nada de libido, super irritada, questões existenciais, muito deprimida, pernas inchadissimas, dores menstruais horríveis, sistema imunitário debilitado…fui ao médico e decidi deixar de tomar e de usar qualquer método hormonal. Voltei ao bom e velho preservativo. Sabem qye mais? Voltei ao peso anterior à gravidez e já não me lembrava de me sentir tão bem! Sinto-me eu mesma. Não planeio ter mais filhos e estou a pensar seriamente em fazer laqueação.

    • Tive uma experiência semelhante. Depois de muitos anos com a “Diane” resolvi não tomar mais nada e usar o preservativo. Nem se compara a forma como me sinto.

    • Tal e qual! Eu andava sempre (com acompanhamento médico) a saltitar entre pílulas, porque todas elas traziam chatice para mim. Quando a Teresa nasceu, experimentei uma pílula de amamentação e aparentemente estava tudo a correr bem. Aparentemente. Em dois meses de pós-parto, quem é que tem as hormonas todas em ordem? Bom, optei por colocar o Mirena e foi esta bodega que descrevi. Aqui queremos mais filhos, não para já. É questão de sermos responsáveis, já que métodos hormonais por aqui também estão mais que postos de lado. Beijinhos

  • E somos duas. Fiquei completamente louca depois de colocar o Mirena. Mas sempre me dei mal com qualquer tipo de hormona. Ao fim de vários meses (cerca de um ano) tirei.
    Conto a minha história aqui, acho que na altura chegaste a ler, é bem semelhante à tua. http://www.vinilepurpurina.com/a-minha-experiencia-com-o-diu-mirena-290735
    O facto é que é preciso encontrar um bom método contracetivo. Dois meses depois de tirar o Mirena, a usar preservativo, engravidei e cá estou eu à espera do terceiro filho, alegre e bem disposta. 😀

    • Eu li, lembro-me! E na altura ainda estava crente de que aqui estava tudo muito bem, em período de adaptação. Não sabia que a Lara e a Maria já vão ter mais um mano! :O muitos parabéns <3

  • Uso o mesmo desde dezembro 2015 e a única coisa que me queixo é do peso que ganhei depois de o ter colocado! Engordei 10kg. Mais do que os que ganhei durante a minha gravidez, cheguei a pesar mais do que pesava no último mês de gravidez. Ainda o uso, mas já pensei em retirar várias vezes mas a ideia de voltar a ter o período não me agrada.

    • Esse para mim seria o menor dos problemas, mas passei a menstruar mais com o Mirena do que sem ele! Quanto ao peso não notei grandes oscilações, mas já ouvi muita gente queixar-se do mesmo.

  • SIU é hormonal!!! quem te aconselhou?? nem 30 anos tens! Eu tenho um DIU e a aconselho, é um método de bareira e não hormonal!!

    • Sim, SIU é hormonal. Tomei a decisão informada dos prós e dos contras, com o apoio da médica e enfermeiras de família, bem como da minha ginecologista. Também estudei enfermagem e conheço bem a temática da contracepção. Existe alguma recomendação actual de que os SIUs só devam ser utilizados por si só após os 30 anos? Não é o que tenho conhecimento, mas gostava de saber sobre esse assunto. De qualquer forma, já sou mãe, não pretendia ter mais filhos num período inferior a 5 anos e tenho histórico de enxaqueca com aura (não agravada anteriormente com progestagénios). Poderia ter optado por um DIU, mas tive receio por pieguice (é muito comum darem cólicas fortes). Neste momento, está completamente fora de questão tendo em conta os episódios de dor associados à simples presença do dispositivo (e, segundo confirmação com várias ecografias, esteve sempre no sítio). Às vezes, o assunto da contracepção não é assim tão simples 🙁 Beijinhos

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