Parece a lâmpada do génio do Aladino, mas não é fantasia. Na verdade, a lâmpada catalítica é tão boa que parece ser mágica.
Mostrei a minha lâmpada catalítica no Instagram um dia destes e não tardei a receber questões sobre o que é este engenho e para que serve. Eu também não sabia do que se tratava até a Conto de Fadas começar a vendê-las. Quando a Ana fala de cheirinhos bons para casa, é sucesso garantido. Fiquei com a pulga atrás da orelha.
Esperei para ver, li muito sobre o tema e quis saber dos testemunhos de quem comprou as benditas lâmpadas cuja tecnologia, afinal, tem bem mais de cem anos. Segundo pude aferir, a lâmpada catalítica foi inventada por um farmacêutico francês, de seu nome Maurice Berger, no século XIX. A proposta é de que a combustão catalítica é capaz de destruir uma série de partículas nocivas à saúde e que pairam pelo ar.
Naquela época, terão sido vendidas algumas lâmpadas destas para os hospitais. Alegadamente, a lâmpada catalítica “purifica” o ar e os maus odores são eliminados. Assegurar as boas práticas de higiene e assepsia era muito complicado e ainda não haviam sido descobertos muitos dos factos que hoje conhecemos, a Ciência ainda tinha (e tem) muito para evoluir.
Lâmpada catalítica, uma invenção francesa do século XIX para melhorar os serviços de saúde
Estávamos nos primórdios dos cuidados de saúde tal como os conhecemos hoje e ainda eram muito frequentes as crises relacionadas com infecções hospitalares, em boa parte devido à ineficácia em manter a limpeza/higiene dos espaços. Conseguem imaginar o cheiro das enfermarias nesses tempos idos e (não tão) distantes?
Não encontrei muita documentação, à excepão da que é divulgada pela própria marca Maison Berger. Compreendo que possa existir algum interesse comercial, mas também sabemos que não foi há muito tempo que começou a ser possível arquivar e divulgar informação de forma eficiente. Por outro lado, este engenho é muito útil, mas há que reconhecer que não será essencial ao funcionamento de um serviço de saúde e nem chega a ser muito prático, envolvendo o uso de produtos altamente inflamáveis.
Há que dizer, também, que a própria Maison Berger passou por várias fases ao longo da sua história. O próprio inventor do conceito da lâmpada catalítica não era globalmente popular, e só nos anos 30 do século XX é que a empresa foi adquirida por alguém com capacidade de ampliar e difundir o negócio.
Mas vamos ao que importa e interessa para nós, consumidores: a lâmpada catalítica funciona mesmo na eliminação dos maus odores habituais do nosso quotidiano doméstico!
Gosto muito de velas com aromas e de alguns incensos. Adoro a minha bola difusora de aromas e todos os outros difusores que tenho para ligar à corrente. São coisas de que gosto muito e utilizo com frequência e também não dispenso os mikados. Mas, senhores, há aquelas coisas que são difícieis de remover ou camuflar.
E é aqui que a lâmpada catalítica faz a diferença: fritos, grelhados, cheiro a animais (olá, xixi de gato!), tintas e diluentes – nada sobrevive a meia hora de lâmpada catalítica a actuar. Leram bem! Menos de meia hora. Imaginem um closet no fim do Inverno, afectado pela humidade. Agora deixou de ser um problema. Sardinhada entranhada até nas paredes da casa? Nunca mais! A lâmpada catalítica funciona mesmo.
Parece mesmo magia. É esta a promessa que nos vendem com esta engenhoca e que é cumprida sem qualquer dificuldade. O melhor é que, embora careça de cautela, é muito simples utilizar uma lâmpada catalítica. Existem várias opções no mercado, sendo que as mais conhecidas são as da Maison Berger e as da Ashleigh & Burwood. A diferença reside apenas no preço e na estética da coisa, há opções para todos os gostos. A minha é a Magenta Crush da Ashleigh & Burwood.
Quando compram a lâmpada, esta já inclui o pavio com pedra. Há, também, que escolher o líquido da vossa preferência – também pode ser da marca que preferirem, com ou sem fragrância. Consta que cada pavio deverá durar cerca de 1 ano ou 200 utilizações, o que vier primeiro. Então:
- – Enchem 2/3 da lâmpada com o líquido e colocam o pavio. Aguardem, pelo menos, meia hora para o pavio absorver o líquido;
- Depois, acendem a pedra e deixam a arder por 2 ou 3 minutos. Apaguem a chama e coloquem a coroa da lâmpada. Deixem actuar por cerca de meia hora. É aqui que acontece a magia;
- Coloquem a tampa para apagar a lâmpada e desfrutem do ar livre de maus cheiros que resultou deste processo.
Juro-vos que sou bastante céptica com estas coisas e que quis esperar, até porque não se trata de uma peça muito barata. Mas estou impressionada! De bónus, há que reconhecer que, no caso das lâmpadas da Ashleigh & Burwood, tratam-se de peças únicas e bonitas, capazes de adornar as nossas casas. Estou fã!
Se fosse a vocês, meditava na ideia de experimentar esta lâmpada mágica.