Tivemos a sorte de poder ficar em casa – eu e a Teresa. Assim que o governo português anunciou que as escolas iriam ser fechadas para quarentena por causa do novo coronavírus, tive, também eu, o aval da empresa para poder acompanhar a pequenina e desempenhar as minhas funções em modo de teletrabalho. Devo dizer-vos: estou mortinha para que levantem o estado de emergência para regressar ao meu local de trabalho habitual!
Já lá vai mais de um mês desta vida com sabor a retrocesso, mas que corre bem dentro do expectável para as circunstâncias em que todos vivemos. O Luís faz parte do grupo de pessoas que continua a ter de assegurar o funcionamento do mundo lá fora. Então, parece que voltei ao tempo em que estava com a Teresa em casa e que os dias voavam sem que conseguisse sentir-me produtiva. Este é o principal desafio cá por casa – e acredito que em tantos outros lares.
Basicamente, deixei de ter um calendário, de distinguir os dias da semana e trabalho dos restantes, em descanso. Abdiquei de férias (porque assim o quis!) e de horários. Por mais que tente cumprir o horário habitual, as demais funções exigem que reparta as minhas tarefas. Resolver pendências e reunir depois das 22h passou a ser algo absolutamente normal.
Estamos a viver um misto de emoções
Não quero desfazer-me em lamúrias, mas estamos a viver um misto de emoções, que valem o que valem face a esta calamidade que ninguém adivinhava. Não estamos, de todo, a passar mal. Por agora, estamos todos bem de saúde, com os nossos trabalhos e sem privações de maior. Não podemos garantir que tudo permanecerá bem no futuro mais próximo, mas esperamos que sim. Temos cumprido o isolamento voluntário, a muito custo, com vista a dias melhores que esperemos que cheguem.
Todos os dias, quando ligo a televisão e vejo o que há de novo nesta catástrofe que mais parece uma guerra em tempos modernos, sinto algum medo. Pela instabilidade, pela nossa saúde e pela dos que nos são queridos. No fim das contas, porém, estamos bem no nosso conforto.
A quarentena não são férias
Desengane-se quem pensa, ainda assim, que este período de quarentena é uma espécie de férias confinadas ao domicílio. Achei imensa piada quando comecei a ver, pelas redes sociais, a quantidade de propostas de entretenimento e o desespero de algumas pessoas em ocuparem-se enquanto estão fechadas em casa. Como assim, não têm o que fazer e podem ver todas as séries e filmes, e ainda dormir todas as sestas que vos apetece?
Nesta altura, sinto-me bastante sortuda por ter uma filha em idade pré-escolar – não temos a imposição da tele-escola, que também só faltava mais essa para dificultar a vida aos pais. Vamos gerindo a situação um pouco na base do livre arbítrio, e confesso que me sinto um bocadinho mal por não conseguir responder às diversas tarefas que são sugeridas pela educadora.
Por aqui, faz-se tudo o que há para fazer em casa, dá-se atenção à filha pequena, trabalha-se como já acontecia habitualmente (e que não era pouco, entre o trabalho de dia e o que continuo a fazer como freelancer) e… Os dias voam e não há aborrecimento nenhum ou desocupação. Digam-me, como fazem para arranjar esse tempo livre todo de que falam? Sinto-me exausta, muito mais cansada do que quando tudo funciona na normalidade.
Seja como for, espero que, se estão a ler este texto, estejam bem e que assim permaneçam. Lembrem-se de que, se eu puder, estou aqui deste lado para ajudar. Nem que seja para dois dedos de conversa caso estejam mesmo muito aborrecid@s e com muito tempo em mãos 😊
Também fiquei em casa mas tive a sorte de ir com os meus gatinhos para a casa dos meus pais 🙂
É dificil lidar com esta mudança causada pelo covud mas temos de fazer o melhor
Força!
Um beijinho *
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Verdade 🙂 Mesmo no meio de tantos aborrecimentos, é uma sorte termos casa e termos os nossos por perto. Força também desse lado 🙂 Beijinhos